Manual de Placas de Concreto

Confira as diretrizes para aplicar de maneira adequada as Placas para Pisos da Maski (Manual da ABCP)

Manual de Placas de Concreto | 1

Fevereiro 2010

Manual de Placas de Concreto: Passeio Público
©COPYRIGHT Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP)
Todos os direitos de reprodução ou tradução reservados
pela Associação Brasileira de Cimento Portland
PORTLAND, Associação Brasileira de Cimento.
Manual de Placas de Concreto: Passeio Público. Associação Brasileira
de Cimento Portland – ABCP, São Paulo, 2010. 36p.
Coordenação geral:
Engª Glécia R. S. Vieira – ABCP
Coordenação técnica:
Engº Claudio Oliveira Silva – ABCP
Edição e revisão:
Engª Mariana L. Marchioni – ABCP
Fotos: Acervo da ABCP
Projeto gráfico, diagramação e ilustrações: Exit8 Comunicação
Revisão de texto: Cidadela
Coordenação gráfica: Ana Maria Starka
Placas – Concreto
Calçadas – Placas de Concreto
Acessibilidade – Placas de Concreto
Passeio público – Execução
Passeio público – Passo a passo
CDU 692.522(035)
1ª edição – fevereiro de 2010
1ª tiragem: 1.000 exemplares

1. Histórico 09
2. Definições 10
3. Características 11
4. Formatos e Dimensões 11
5. Fabricação 12
6. Especificação 12
7. Calçadas acessíveis 13
8. Como executar 13
9. Placas planas de concreto assentadas com argamassa (sistema aderido) 16
10. Placas planas de concreto assentadas com material granular (sistema flutuante) 24
11. Manutenção 31
12. Gestão de resíduos 31
13. Obras 32
14. Bibliografia 34

Manual de Placas de Concreto | 9
1. Histórico
No Brasil, o primeiro registro de um sistema
construtivo de calçadas de placas de
concreto removíveis foi a proposta de um
grupo de empresas e profissionais, liderado
pelo arquiteto José Magalhães, constituindo
uma das quatro alternativas oferecidas para a
votação popular na escolha da nova calçada
da avenida Paulista, em São Paulo, em 2002.
Em 2005 um grupo de fabricantes começou
a desenvolver produtos para a utilização em
calçadas. Deste trabalho surgiram obras
emblemáticas como a reurbanização da rua
Amauri e de algumas ruas no bairro da Vila
Olímpia, todas na cidade de São Paulo.
As placas são fabricadas em diversas cores e
texturas, adequando-se a cada tipo de projeto.
No concreto das placas são utilizados
vários tipos de pedras, como por exemplo
basalto, arenito, mármore, quartzo, granito,
seixo rolado e até pedras semipreciosas.
Utilizando diferentes granulometrias chegase
ao desempenho adequado ao projeto.
Planta
Projeto da Rua Amauri / São Paulo
Vista do lado par
Rua Amauri / São Paulo
10 | Associação Brasileira de Cimento Portland
2. Definições
O sistema flutuante é recomendado apenas para as placas de dimensão
maior que 40 x 40 cm ou quando estas apresentarem peso adequado.
As placas também podem ser utilizadas como piso elevado externo.
Placa plana de concreto:
produto resultante da mistura
de cimento Portland, água,
agregados, eventuais aditivos
com ou sem reforço de fibras,
telas ou armaduras ativas
ou passivas.
As placas são assentadas
sobre uma camada de apoio
e funcionam como revestimento
do pavimento. Esta
camada de apoio pode ser
de material granular (sistema
flutuante) ou de argamassa
(sistema aderido).
Sistema flutuante: indicado
para tráfego de pedestres.
Placas assentadas sobre camada
de materiais granulares.
Podem ser retiradas facilmente
utilizando um saca placas.
Sistema aderido: para tráfego
de pedestres e veículos leves.
As placas são assentadas
com argamassa de cimento
Portland sobre um contrapiso.
No caso de tráfego de veículos
leves, deve ser utilizada
uma armadura de aço na
base, conforme especificação
do projeto.
Placas assentadas em material granular – sistema flutuante
Placas assentadas sobre argamassa – sistema aderido
Manual de Placas de Concreto | 11
A calçada de placa de concreto para ambientes externos deve levar em consideração os aspectos de uso,
tais como: abrasão, tráfego de pedestres, cadeirantes e intempéries. As principais características desse tipo
de piso são:
Facilidade de execução: Por serem pré-fabricadas, as placas de concreto já chegam prontas para o uso
na obra. Sua instalação é muito fácil, demandando apenas mão-de-obra treinada.
Facilidade de manutenção: A manutenção pode ser feita de forma localizada, retirando apenas as
placas danificadas.
Conforto de rolamento: A regularidade da superfície das placas e as pequenas espessuras conferem
conforto ao caminhar ou no uso de cadeiras de rodas ou carrinhos.
Superfície antiderrapante: Placas de concreto proporcionam segurança aos pedestres, mesmo em
condições de piso molhado. Deve-se evitar placas polidas que não atendem a este requisito.
Conforto térmico: A utilização de placas com cores claras proporciona menor absorção de calor,
melhorando o conforto térmico das calçadas.
Rápida liberação de tráfego: Para as placas assentadas no sistema aderido, deve-se aguardar a cura
por 24 horas. Para as placas assentadas no sistema flutuante, a liberação é imediata.
Resistência e durabilidade: As placas pré-fabricadas apresentam elevada resistência à abrasão
e mecânica. A correta especificação da placa depende da elaboração de projeto por profissional
qualificado ou indicação do fabricante.
Material reciclado: Os produtos à base de cimento podem ser totalmente reciclados e utilizados novamente
na produção de novos materiais. Isto ajuda na preservação do ambiente e evita a saturação de aterros.
Capacidade de drenagem: As placas pré-fabricadas podem ser produzidas com capacidade
drenante, permitindo a passagem de água. Neste caso, a calçada tem que ter estrutura com base
drenante para permitir a infiltração de água de volta ao lençol freático.
Diversidade de cores e texturas: As placas podem ser fabricadas com uma ampla variedade de cores
e texturas. Para que as cores sejam duráveis o importante é optar por pigmentos inorgânicos. Não utilizar
texturas muito lisas que podem tornar as placas escorregadias em dias de chuva.
Espessura mínima das placas:
25 mm (fixa) ou 30 mm (removível).
Modulação das placas:
40 x 40 cm até 100 x 100 cm.
4. Formatos e Dimensões
3. Características
40 a 100 cm
40 a 100 cm
25 mm (fixa) / 30 mm (removível)
12 | Associação Brasileira de Cimento Portland
A resistência mecânica das placas de concreto, quando assentadas sobre camada de apoio, deve respeitar,
no mínimo, os valores a seguir:
• resistência característica a flexão maior ou igual a 3,5 MPa;
• carga característica de ruptura na flexão maior ou igual a 4,5 kN.
5. Fabricação
6. Especificação
A placa pode ser produzida com uma ou mais camadas de concreto, sendo a camada superior a de
revestimento e a camada inferior a estrutural.
Em geral, a placa é constituída de cimento – cinza ou branco estrutural – areia, granilha, aditivos, pigmentos
e pode ou não conter armadura, dependendo da carga solicitada.
Pode ser fabricada em vibroprensas, em formas individuais de concretagem ou em pistas de concretagem.
Processo produtivo utilizando fôrmas individuais de concretagem
Normas Técnicas
Para atender às exigências técnicas, o setor conta com a norma:
• ABNT NBR 15805:2010 – Placa de concreto para piso – Requisitos e métodos
de ensaios.
Manual de Placas de Concreto | 13
7. Calçadas Acessíveis
Os espaços públicos devem ser acessíveis a
todos os cidadãos, garantindo a livre circulação
das pessoas com mobilidade reduzida.
Os itens necessários para garantir a
acessibilidade devem ser considerados durante
a fase de projeto. Estes itens incluem inclinações
máximas, rolamento do piso, utilização de
pisos táteis, rampas etc. Para isso o projetista
deverá consultar a legislação do município onde
será construída a calçada e também a Norma
Brasileira NBR 9050. Deve existir uma faixa livre
no centro da calçada, com largura mínima de
1,20 m, conforme estabelece a NBR 9050. A
inclinação transversal desta faixa deve ser igual
ou menor que 2%, conforme a figura. Critérios de acessibilidade adotados em São Paulo: Cartilha Passeio Livre
Critérios de acessibilidade adotados em São Paulo: Cartilha Passeio Livre
Máximo 8,33%
Faixa de Serviço
Faixa de Serviço
Largura mínima de 0,75 m
Faixa Livre
Largura mínima de 1,20 m
Faixa de Acesso
Sem largura mínima
Máximo 8,33%
Faixa de Acesso
Máximo 2%
Mínimo 1,20 m
Faixa Livre
8. Como Executar
Fita Bandeirola Cavalete Cone
8.1. Segurança na obra
A segurança tem que estar sempre presente no canteiro de obra. É necessário tomar cuidado, ter atenção e
organização. Devem ser utilizados equipamentos de segurança coletiva e a obra deve ser sinalizada. O trecho da
calçada que será executado deve ser sinalizado com redes de proteção, cones, bandeirolas, cavaletes ou fitas.
14 | Associação Brasileira de Cimento Portland
Bota Protetor auricular Capacete Óculos / Máscara Luvas Joelheiras
É obrigatório o uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs): botas, capacetes, luvas, protetores de
ouvido, óculos, máscaras e joelheiras. Além de obrigatórios por lei, estes equipamentos garantem a segurança
do operário.
8.2. Serviços preliminares
Para facilitar o processo de montagem e assentamento,
o responsável pela obra deve fornecer a planta com os
detalhes do desenho, dimensões e paginação. Antes de
iniciar a obra, o responsável pela execução deve conferir
se a planta está adequada para as condições do local.
Devem ser analisadas a paginação do piso e
todas as interferências, tais como bueiros,
postes, entradas de veículos etc. Com base
nesta análise deve ser planejado por onde
começar a obra e como será seu andamento.
Também é necessário verificar quais equipamentos
e materiais serão necessários. Observe se eles
estão disponíveis e em boas condições de uso.
O trabalhador não precisa utilizar necessariamente todos os equipamentos ao mesmo tempo; estes variam com
o serviço realizado. Por exemplo, quem está assentando as peças não precisa usar óculos, mas quem está
lidando com o corte de peças, sim. Verifique sempre com o responsável pela segurança da obra quais são os
equipamentos necessários para cada tipo de trabalho.
8. Como executar
8.3. Equipamentos
Os principais equipamentos utilizados são:
Equipamentos básicos: Equipamentos para assentamento:
• Trena
• Nível de água
• Lápis
• Marretas de borracha
• Fios de nylon para marcação
• Trincha
• Carrinho
• Pás e enxadas
• Vassouras
• Serra de disco para
eventuais cortes
de peças
Manual de Placas de Concreto | 15
Equipamentos para contrapiso e argamassa:
• Trincha
• Desempenadeira de madeira
• Colher de pedreiro
• Régua de alumínio
• Caixa para mistura
de argamassa
• Desempenadeira dentada
• Desempenadeira de aço
Fio de nylon
Nível
Caixa para mistura de argamassa Trena
Régua de alumínio
Nível de água
Lápis
Prumo
Colher de pedreiro Espátula
8.4. Materiais
Os principais materiais usados são: argamassa, brita, placas planas de concreto, areia e concreto.
8.5. Manuseio e transporte
A placas devem ser acondicionadas em embalagens que protejam sua
integridade física até a chegada ao local de uso.
Cada palete deve trazer as seguintes informações: dimensões nominais,
nome do fabricante, identificação do lote, número de peças e/ou a área
correspondente.
Caso cheguem soltas, as placas devem ser descarregadas com cuidado
e estocadas de acordo com as recomendações do fabricante. O seu
manuseio deve ser cuidadoso para evitar quebras.
O transporte das peças dentro da obra deve ser feito de maneira
ordenada e em carrinhos, de forma a manter as placas sem quebras e
facilitar o assentamento.
Na compra de materiais de construção, prefira os que possuem qualidade comprovada,
que são aqueles fabricados de acordo com as NORMAS TÉCNICAS BRASILEIRAS.
16 | Associação Brasileira de Cimento Portland
9.1. Seção tipo
Camadas da seção tipo:
Subleito: Constituído de solo natural ou proveniente de empréstimo (troca de solo). Deve ser compactado em
camadas de 15 cm, dependendo das condições locais.
Sub-base: Constituída de material granular com espessura mínima de 5 cm. A camada deve ser compactada
após a finalização do subleito.
Base – contrapiso: Constituída de concreto não estrutural no caso de tráfego de pedestres e de concreto
estrutural com armadura nas entradas de veículos. A espessura mínima deve ser de 10 cm.
Argamassa de assentamento: Pode ser utilizada argamassa colante ou argamassa convencional elaborada
em obra.
Revestimento: Camada constituída pelas placas planas de concreto.
5 cm 1 0 cm
Declividade transversal min. 1% Edificação
Rua
Meio-fio (guia)
Base
Sub-base
Subleito (solo compactado)
Sarjeta
15 cm
Junta seca ou rejuntada Placas planas de concreto
Argamassa de assentamento
Tendo sido verificadas as definições do projeto, observadas todas as regras de segurança e providenciados
os equipamentos necessários, pode ser iniciada a execução da calçada propriamente dita.
9. Placas planas de concreto assentadas com
argamassa (sistema aderido)
É fundamental que as calçadas sejam objeto de Projetos Executivos
de Engenharia, elaborados por empresas especializadas.
Manual de Placas de Concreto | 17
A camada de subleito deve ser compactada e nivelada. Esta
camada deve ser constituída de solo natural do local ou solo de
empréstimo (troca de solo com qualidade superior). Devem ser
observados, e reparados quando necessário, os seguintes detalhes:
• O solo utilizado não pode ser expansível, não pode inchar na presença
de água.
• A superfície não deve ter calombos nem buracos.
• O caimento da água deve estar de acordo com o projeto. Recomendase
que o caimento seja, no mínimo, de 2% para facilitar o escoamento
de água.
• A superfície deve estar na cota prevista em projeto.
• Caso o solo não tenha capacidade de suporte, apresentando aspecto de
“borrachudo”, ele deverá ser tratado conforme orientação do projeto.
Subleito Sub-base Base Camada de revestimento
• Adequação e
compactação
• Espalhar brita • Limpeza
• Abertura
ao tráfego
• Assentamento • Rejunte
• Drenagem • Ajustes
e redes
subterrâneas
• Espalhamento
• Nivelamento
do concreto
9.2. Etapas
Passo 1 – Preparação do subleito
Vista superior
Vista lateral
Compactação do subleito
18 | Associação Brasileira de Cimento Portland
Para delimitar os limites da calçada são utilizadas
barras de contenção de madeira com espessura de
3 cm ou 5 cm, dependendo da espessura da subbase
e base.
A sub-base é composta de uma camada de
material granular (bica corrida ou brita graduada). O
fundamental é que o material esteja limpo, livre de
sujeira e que esteja bem graduado, ou seja, tenha
grãos de diversos tamanhos, garantindo assim que,
ao compactá-lo, obtenha-se um bom arranjo.
9.2. Etapas
Passo 2 – Preparação da sub-base
Subleito Sub-base Base Camada de revestimento
• Adequação e
compactação
• Espalhar brita • Limpeza
• Abertura
ao tráfego
• Assentamento • Rejunte
• Drenagem • Ajustes
e redes
subterrâneas
• Espalhamento
• Nivelamento
do concreto
Vista superior
Vista lateral
Espalhamento da brita
Barras de contenção Barras de contenção e
espalhamento da brita
9. Placas planas de concreto assentadas com
argamassa (sistema aderido)
Manual de Placas de Concreto | 19
Após a execução do subleito e da sub-base, será executado o contrapiso, que
servirá de base para o assentamento das placas. Ele tem a função de regularizar,
nivelar e dar declividade ao piso, além do suporte estrutural.
1 – Umedeça a camada granular.
2 – Aplique o lastro de concreto na superfície.
3 – Compacte o concreto.
4 – Deixe o concreto curar por, no mínimo, 3 dias.
Passo 3 – Execução da base – contrapiso
Subleito Sub-base Base Camada de revestimento
• Adequação e
compactação
• Espalhar brita • Limpeza
• Abertura
ao tráfego
• Assentamento • Rejunte
• Drenagem • Ajustes
e redes
subterrâneas
• Espalhamento
• Nivelamento
do concreto
Vista superior
Vista lateral
Para pedestres: Concreto com resistência de 15 MPa.
Para veículos leves (entrada de carro): Concreto com resistência de 20 MPa, armado
com tela de aço CA 60 de 4,2 mm e malha 100 x 100 mm.
Para veículos pesados (caminhões, carro-forte): é necessário executar o projeto.
20 | Associação Brasileira de Cimento Portland
O assentamento pode ser feito com argamassa tradicional,
elaborada em obra, de consistência seca (farofa). Esta argamassa
consiste em uma mistura de cimento e areia na proporção de 1:6
(uma parte de cimento para seis partes de areia média).
Umedeça a face inferior das placas e a superfície do concreto,
antes do espalhamento da argamassa; regularize e instale as
placas, efetuando o controle de nivelamento nas duas direções
e seu adensamento com martelo de borracha. No caso de
deficiências de nivelamento, corrija-as com argamassa nova.
Não utilize a argamassa que foi lançada e adensada na aplicação,
sob risco de ter placas soltas ou com novas movimentações e
desníveis.
O assentamento é feito utilizando martelo de borracha.
O assentamento das placas de concreto também pode ser
realizado utilizando argamassa industrializada. Neste caso, siga
as orientações do fabricante.
9.2. Etapas
Passo 4 – Camada de revestimento – assentamento das placas de concreto
Subleito Sub-base Base Camada de revestimento
• Adequação e
compactação
• Espalhar brita • Limpeza
• Abertura
ao tráfego
• Assentamento • Rejunte
• Drenagem • Ajustes
e redes
subterrâneas
• Espalhamento
• Nivelamento
do concreto
Vista superior
Vista lateral
Espalhamento da argamassa
Colocação da placa de concreto
Assentamento das placas
9. Placas planas de concreto assentadas com
argamassa (sistema aderido)
Manual de Placas de Concreto | 21
Quando especificado em projeto, faça o rejuntamento utilizando argamassa específica para esse fim.
Passo 5 – Camada de revestimento – rejunte
Subleito Sub-base Base Camada de revestimento
• Adequação e
compactação
• Espalhar brita • Limpeza
• Abertura
ao tráfego
• Assentamento • Rejunte
• Drenagem • Ajustes
e redes
subterrâneas
• Espalhamento
• Nivelamento
do concreto
Vista superior
Vista lateral
Rejunte – Quando especificado em projeto
22 | Associação Brasileira de Cimento Portland
A limpeza é a etapa final e tem como objetivo eliminar argamassas ou outros materiais utilizados no
processo de assentamento.
A argamassa de rejuntamento que ficar aderida sobre as placas deve ser removida durante as operações
de rejuntamento, para evitar seu endurecimento. A limpeza final dos pisos só deverá ser efetuada duas
semanas após o rejuntamento. O piso deve então ser escovado (escova ou vassoura de piaçava) com
água e um detergente neutro, sendo em seguida enxaguado abundantemente.
Passo 6 – Camada de revestimento – limpeza e abertura ao tráfego
9.2. Etapas
Subleito Sub-base Base Camada de revestimento
• Adequação e
compactação
• Espalhar brita • Limpeza
• Abertura
ao tráfego
• Assentamento • Rejunte
• Drenagem • Ajustes
e redes
subterrâneas
• Espalhamento
• Nivelamento
do concreto
Vista superior
Vista lateral
9. Placas planas de concreto assentadas com
argamassa (sistema aderido)
Manual de Placas de Concreto | 23
Resumo das etapas
Subleito Sub-base Base Camada de revestimento
• Adequação e
compactação
• Espalhar brita • Limpeza
• Abertura
ao tráfego
• Assentamento • Rejunte
• Drenagem • Ajustes
e redes
subterrâneas
• Espalhamento
• Nivelamento
do concreto
Vista superior
Vista lateral
24 | Associação Brasileira de Cimento Portland
10.1. Seção tipo
Camadas da seção tipo:
Subleito: Constituído de solo natural ou proveniente de empréstimo (troca de solo). Deve ser compactado em
camadas de 15 cm, dependendo das condições locais.
Base: Constituída de material granular com espessura mínima de 10 cm. A camada deve ser compactada
após a finalização do subleito.
Camada de assentamento: Composta de material granular (areia ou pó de brita). Esta camada deve ser
apenas espalhada e não compactada.
Revestimento: Camada constituída pelas placas planas de concreto.
10 cm 4 cm
Declividade transversal min. 1% Edificação
Rua
Meio-fio (guia)
Base
Sarjeta Subleito (solo compactado)
15 cm
Junta seca ou rejuntada Placas planas de concreto
Camada de assentamento
Tendo sido verificadas as definições do projeto, observadas todas as regras de segurança e providenciados
os equipamentos necessários, pode ser iniciada a execução da calçada propriamente dita.
É fundamental que as calçadas sejam objeto de Projetos Executivos
de Engenharia, elaborados por empresas especializadas.
10. Placas de planas de concreto assentadas com
material granular (sistema flutuante)
Manual de Placas de Concreto | 25
A camada de subleito deve ser compactada e nivelada. Esta
camada deve ser constituída de solo natural do local ou solo
de empréstimo (troca de solo com qualidade superior).
Devem ser observados, e reparados quando necessário, os
seguintes detalhes:
• O solo utilizado não pode ser expansível, não pode inchar na
presença de água.
• A superfície não deve ter calombos nem buracos.
• O caimento da água deve estar de acordo com o projeto.
Recomenda-se que o caimento seja, no mínimo, de 2%
para facilitar o escoamento de água.
• A superfície deve estar na cota prevista em projeto.
• Caso o solo não tenha capacidade de suporte, apresentando
aspecto de “borrachudo”, ele deverá ser tratado conforme
orientação do projeto.
10.2. Etapas
Passo 1 – Preparação do subleito
As placas removíveis devem
obrigatoriamente ter contenções
laterais (meio-fio), para promover
o travamento das placas.
Colocação das contenções
Subleito Base Camada de
assentamento
Camada de revestimento
• Espalhar brita • Execução de cortes
e ajustes
• Limpeza
• Abertura ao tráfego
• Adequação e
compactação
• Drenagem e redes
subterrâneas
• Contenções
• Colocação
das placas
• Espalhamento
• Nivelamento
Vista superior
Vista lateral
Compactação
do subleito
26 | Associação Brasileira de Cimento Portland
• Adequação e
compactação
• Drenagem e redes
subterrâneas
• Contenções
• Execução de cortes
e ajustes
• Limpeza
• Abertura ao tráfego
No sistema flutuante, é necessário espalhar uma camada de brita sobre o solo compactado. A espessura
dessa camada deve seguir as especificações do projeto, sendo a espessura mínima de 10 cm.
Após o lançamento da brita, a camada deve ser compactada. O fundamental é que a brita esteja limpa, livre
de pó e sujeira.
10.2. Etapas
Passo 2 – Preparação da base
Espalhamento da brita Compactação da brita
Subleito Base Camada de
assentamento
Camada de revestimento
• Espalhar brita • Colocação
das placas
• Espalhamento
• Nivelamento
Vista superior
Vista lateral
10. Placas de planas de concreto assentadas com
material granular (sistema flutuante)
Manual de Placas de Concreto | 27
• Adequação e
compactação
• Drenagem e redes
subterrâneas
• Contenções
• Execução de cortes
e ajustes
• Limpeza
• Abertura ao tráfego
Sobre a camada de base granular compactada, espalhe a mistura de areia e brita 0 (pedrisco), compacte e
nivele com régua de 2 m de comprimento, nas duas direções.
A camada de areia deve ter espessura máxima de 4 cm.
Passo 3 – Camada de assentamento
Espalhamento da areia
Subleito Base Camada de
assentamento
Camada de revestimento
• Espalhar brita • Colocação
das placas
• Espalhamento
• Nivelamento
Vista superior
Vista lateral
28 | Associação Brasileira de Cimento Portland
• Adequação e
compactação
• Drenagem e redes
subterrâneas
• Contenções
• Execução de cortes
e ajustes
• Limpeza
• Abertura ao tráfego
Realize o lançamento das placas com cuidado para não “enterrar” as bordas quando de seu apoio sobre a
areia. Compacte com martelo de borracha e corrija as eventuais falhas do nivelamento com o mesmo tipo
de mistura de areia. Após sua recolocação e recompactação, verifique o nivelamento com a régua metálica
utilizada para acerto da base. Para colocação das placas maiores recomenda-se utilizar o saca placas.
10.2. Etapas
Passo 4 – Camada de revestimento – colocação das placas de concreto
Assentamento das placas de concreto. Assentamento das placas de concreto utilizando o saca placas
As placas removíveis não devem ser rejuntadas.
Subleito Base Camada de
assentamento
• Espalhar brita • Colocação
das placas
• Espalhamento
• Nivelamento
Vista superior
Vista lateral
Camada de revestimento
10. Placas de planas de concreto assentadas com
material granular (sistema flutuante)
Manual de Placas de Concreto | 29
• Adequação e
compactação
• Drenagem e redes
subterrâneas
• Contenções
Após a colocação das placas, deve-se executar os cortes, ajustes e alinhamento. Os cortes são realizados
por serra de disco.
Passo 5 – Execução de cortes, ajustes, alinhamento, limpeza e liberação ao tráfego
Subleito Base Camada de
assentamento
• Espalhar brita • Colocação
das placas
• Espalhamento
• Nivelamento
Vista superior
Vista lateral
Camada de revestimento
Recorte com serra de disco Ajustes das placas
Para as placas removíveis a liberação do tráfego é imediata.
• Execução de cortes
e ajustes
• Limpeza
• Abertura ao tráfego
30 | Associação Brasileira de Cimento Portland
Resumo das etapas
10.2. Etapas
Subleito Base Camada de
assentamento
Camada de revestimento
• Espalhar brita • Colocação
das placas
• Espalhamento
• Nivelamento
Vista superior
Vista lateral
10. Placas de planas de concreto assentadas com
material granular (sistema flutuante)
• Execução de cortes
e ajustes
• Limpeza
• Abertura ao tráfego
• Adequação e
compactação
• Drenagem e redes
subterrâneas
• Contenções
Manual de Placas de Concreto | 31
Para garantir a durabilidade da calçada, recomenda-se uma manutenção preventiva. Esta consiste em limpeza
regular com água e sabão e periódica (a cada 3 meses) utilizando limpa pedras diluído em água.
Para corrigir eventuais problemas na calçada, como
quebra de peças, pode ser realizada manutenção
corretiva pontualmente.
MANUTENÇÃO CORRETIVA
• Sistema aderido: as peças podem ser
danificadas na retirada, sendo necessária
sua substituição.
• Sistema flutuante: as peças são facilmente
retiradas com saca placas, podendo ser
totalmente reaproveitadas.
A construção civil é um grande consumidor de materiais e também um grande gerador de resíduos. De
acordo com a Resolução CONAMA nº 307, aquele que executa uma construção, reforma, reparo ou
demolição é responsável pela destinação do entulho gerado – inclusive aqueles resultantes de serviços
preliminares, como remoção de solo e vegetação.
De acordo com essa resolução, no caso de calçadas, a maioria dos resíduos se enquadra na Classe A (são os
resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados e podem ser destinados para Aterros de Pequeno Porte
licenciados). Em nenhuma hipótese estes resíduos podem ser dispostos em aterros de resíduos domiciliares,
em áreas de “bota-fora”, em encostas, corpos d´água, lotes vagos ou outras áreas protegidas por lei.
11. Manutenção
12. Gestão de resíduos
Manutenção preventiva: limpeza com jato d´água, sabão neutro e limpa pedras
32 | Associação Brasileira de Cimento Portland
Rua Oscar Freire – São Paulo/SP
Avenida Faria Lima – São Paulo/SP
Rua Amauri – São Paulo/SP
13. Obras
Manual de Placas de Concreto | 33
Rua Piauí – São Caetano do Sul/SP
Shopping Cidade Jardim – São Paulo/SP
Casa Cor 2006 – São Paulo/SP – Lançamento do piso de placa pré moldada de concreto drenante.
Projeto do arquiteto paisagista Benedito Abbud
34 | Associação Brasileira de Cimento Portland
Referências Bibliográficas
• PREFEITURA DA CIDADE DE SÃO PAULO. Secretaria de Coordenação de Subprefeituras –
Secretaria de Participação e Parceria – Secretaria Especial da Pessoa com Deficiência e Mobilidade
Reduzida. Conheça as regras para arrumar sua calçada. São Paulo, 2005.
• BRASIL. Decreto n. 5296, de 2 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis n°s 10.048, de 8 de
novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de
dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade.
• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a edificações,
mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2004.
• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12255: Execução e utilização de
passeios públicos. Rio de Janeiro, 1990.
• CONAMA. Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção
civil. Resolução n. 307, de 05 de julho de 2002. Publicação DOU n. 136, de 17 de julho de 2002.
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=307. Acesso em 23-11-09.
• PCC-USP no Estado de São Paulo. Reciclagem de resíduos como material de construção. Disponível
em: http://www.reciclagem.pcc.usp.br/. Acesso em 23-11-09.
• BRASTON. Indústria de placas de concreto. Local. Disponível em: www.braston.com.br
14. Bibliografia

http://www.solucoesparacidades.org.br
http://www.abcp.org.br
email: cidades@abcp.org.br
tel.: 0800 055 5776

O que achou deste post? Comente abaixo. :)